As circunstâncias trágicas que rodeiam, este ano, a celebração do Dia Internacional da Mulher (08/03) revelam o subdesenvolvimento crónico de Portugal.
A pandemia, cujas duras consequências são conhecidas, foi cenário de propaganda (propagandas) onde pontificou a cumplicidade escrava da comunicação social; tudo o que não se integrava na ideologia da propaganda, era censurado; muita informação esclarecedora foi, acintosamente, omitida/suprimida. Pouca pedagogia, imensa demagogia!…
Órgãos de soberania (governo, presidente da república) dividiram a comunicação social, onde apareciam, repetidamente, sem dizer «nada de novo», mas para intimidar. A História ensina: {«a fome matou, mata, matará muito mais que a pandemia»!}
O pior há-de vir! – 400 mil desempregados (1º ministro) – Organizações idóneas previnem: «aproxima-se terrível tragédia social»…
Como interpretar a obstinação de «prender os cidadãos»? Qual é a diferença entre morrer de covid-19, ou morrer de fome? Temos mais medo de viver, que de morrer!
O PRR, a «bazuca» são modos de semear ilusão; é fundamental vigiar, acompanhar, controlar, para que esses instrumentos de ajuda não sejam absorvidos, como costume, pelas carteiras do grande capital.
Como pode confiar-se em «chavões»: «salvar vidas», quando, justamente nesta época de trevas, é aprovada a eutanásia?
180 dias de supressão das liberdades são ensaio perigoso, cuja experiência pode revelar-se fatal para a mesma democracia. Há quem tenha pavor das liberdades de Abril, e saudades da antiga repressão.
As mulheres são combativas, indispensáveis, na vaga de lutas futuras, na defesa de liberdades, direitos, sufocados, prendendo o povo em casa, para reprimir lutas, porque os projectos de miséria/opressão são brutais… É inadiável retomar, com inédita fortaleza, a luta! é importante a participação das mulheres, vítimas de pesados sofrimentos, de desigualdades, das pesadas/imprevisíveis sequelas da crise… A pandemia é a «face negra» da acutilante crise do capital, como é afirmado, embora a nossa comunicação social ignore, por servidão, tais análises. A DDE/APD saúda, fraternamente, as mulheres; exorta-as à participação permanente nas futuras lutas de resistência, porque foram, são, serão, as vítimas mais sofredoras, se não agirem, se não reclamarem, se não combaterem o «bom combate» pela justiça social…
No dia 08 de Março organizar, intervir em manifestações, protestos, lutas; participar na manifestação comemorativa do DiaInternacional da Mulher, romper os grilhões tecidos para facilitar a opressão, para permitir o agravamento previsível da exploração.
Exercitar a liberdade, os direitos, para alargar a possibilidade de mudança, sempre no grande coração das mulheres…Desfaçam-se ilusões! Não nos deixemos enganar!
Sem luta, sem denúncia, prisioneiros, por conveniência do grande capital temeroso, assistiremos ao cortejo de calamidades – da fome à doença, à morte de milhares… de fome! Crescem as desigualdades, agita-se o fantasma do teletrabalho, não para favorecer as mulheres, mas para alargar o sórdido lucro do grande capital.
A DDE/APD conhece a experiência sofrida (fome, pobreza, miséria, desigualdade) das mulheres alentejanas; convida-as a retomar à luta… As mães são as primeiras mestras de luta, de liberdade, de direitos humanos, de inclusão!
No berço: abre-se o entendimento, revela-se o amor, aguça-se a dignidade, recusa-se a opressão, ensina-se a igualdade, combate-se a discriminação, promove-se a inclusão…
As mulheres, unidas, organizadas, são vertente forte das organizações, pilares inultrapassáveis da edificação da sociedade inclusiva.
A fortaleza combativa das mulheres afirma-se: na adesão à mudança; na rejeição de falsas divisões sexistas; na convicção da imperatividade do rumo ao progresso, à paz, à igualdade, à justiça social, à inclusão!…
Novas Repressões – Novas Lutas!
A tragédia atinge todos! – Todos na Luta!
Nada sobre Nós, sem Nós!
DDE/APD – O porta voz