As trevas escuríssimas ofuscam, outra vez, a luz brilhante do Teu Presépio! Faltam-nos: a tua luz, a Tua bondade, a Tua misericórdia, aqueles sábios ensinamentos que repetiste, tantas vezes; outras tantas renegados, vilipendiados, por esta humanidade, progressivamente desvairada, irreversivelmente alienada, escrava do mito, do preconceito, da indigna manipulação, aturdida pelo mais patológico exibicionismo.
Reinam: a blasfémia, a hipocrisia, a mais despudorada mentira, a sede insaciável de riqueza, a obsessão de explorar infinitamente, sugar o sangue dos pobres, dos emigrantes, dos refugiados, de todos os grupos excluídos…
Quem são esses que dizem festejar o Teu Nascimento? Teus discípulos, não são; tão pouco são Teus amigos; com gestos blasfemos, são Teus inimigos! E, sabes, se nascesses hoje, crucificar-Te-iam…
É o que fazem, todos os minutos, a milhares de irmãos que morrem de fome, que sofrem a mais atroz pobreza, que são despojados da sua inalienável dignidade, que morrem, em qualquer viagem, onde somente procuram vida menos sacrificada…
Esta humanidade pecadora não merece celebrar o Teu Santo Nascimento! É merecedora de justíssimo castigo! Manda-a «às penas do profundo»…
Talvez a Tua Misericórdia possa acender «aquela luz» que alumie esta horda de desalmados!
Antes que seja tarde, antes da Tua «profecia» – «Passará o Céu e a terra, mas não passarão as Minhas Palavras» – terrível, faz-lhe ver o brilho inapagável da Tua luz, porque doutro modo ninguém se salvará…
Tu prometeste a salvação, mas a dureza destes «corações empedernidos» é infinitamente mais digna de «severa punição» que da Tua caridade…
Os Teus gemidos, quando choras no presépio, não comovem os «donos do mundo»! Os Teus mandamentos não os seduzem; tudo, esqueceram tudo, excepto as mais horrendas vilezas que fustigam o cortejo infinito de explorados! ««Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei»»!««o que fizerdes a um dos Meus irmãos pequeninos, a Mim mesmo o fareis»»! Milhões destes Teus irmãozinhos morrerão de fome; outros tantos padecerão atrocíssimos vexames, vítimas de horrendas guerras, naufragados no mar que Tu conheceste… Que fazer a este pecado organizado? Como desprezar este «concerto de gritos»? Como tolerar esta desumanidade?
É satânico o barulho da alienação desta semente de pecaminosa ilusão… É débil a melodia dos cânticos exaltantes do Teu Nascimento! Não ouvem a Tua Sagrada Palavra; não vêem a Tua luz brilhante; afundaram-se na desvairada loucura cujas razões ignoram; domina-os trágica ignorância! padecem supina demência!… Em pavoroso acesso de loucura, são capazes de destruir a humanidade…
Agora, agora, faz o que puderes – Tu és omnipotente! – Não deixes naufragar esta humanidade que mergulha, inconsciente, alucinada: neste caos de desespero, desencanto, neste «deserto de perdição», «na mais austera, apagada e vil tristeza»…
Se não mudarmos de caminho, porventura, não haja muito tempo para celebrar mais Natais!…
Este Natal é cenário de Apocalipse!…
Feliz Natal, longe das mundanas luzes! Perto da luz do presépio!
Venturoso, pacífico, inclusivo 2022!
Fraternidade, solidariedade, justiça, paz, inclusão!…
Façamos, deste tempo de escuríssimas trevas, rebrilhar a luminosa luz do presépio!
Abramos os corações aturdidos à lúcida mensagem do «Natal do Menino Jesus!»
Ajudem-nos, neste tempo de tribulação, a construir a sociedade inclusiva, novo rumo da humanidade, expressão luminosa da amorosa mensagem do Menino Jesus!…
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