Braille – Profeta da Inclusão

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Braille – Profeta da Inclusão

Em tempo conturbado – forte retrocesso na inclusão; pouco apreço pela educação;  discriminação da cultura – exaltar Louis Braille (04/01/1809) pela importante obra na abertura do caminho da inclusão das pessoas com deficiência visual reveste amplo significado:  a História, tão abjurada, sepultou «no vaso negro do esquecimento» acontecimentos, personagens, que abriram a larga estrada do humanismo…

Louis Braille, criando a escrita para os cegos, abriu a este grupo um mar de rumos, jamais desbravados… Paladino da inclusão, merece todas as evocações, porque é determinante revelar às novas gerações, as grandes descobertas que lhes querem fazer ignorar, apresentando-lhe «ídolos com pés de barro», utilizados na manipulação, intoxicação, intimidação, tendentes: ao brutal crescimento da desumanização; à planificada degradação civilizacional cujas medonhas consequências são aterradoras…

As utópicas promessas de «mudar o mundo rumo à inclusão» florescentes no último quartel do sc XX foram abaladas, traídas, renegadas, no alvorecer do 3º milénio! O refluxo das forças conservadoras, sedentas de reassumir posições opressivas, obstinadas na exploração, inimigas dos direitos humanos, foi celeradamente ocultado, mediante poderosos instrumentos eficazes, visando iludir, hipnotizar, manipular, prometendo falsos «paraísos perdidos», rapidamente degenerados em insuportável inferno.

A celebração (2003) do Ano Europeu das Pessoas com Deficiência, foi embuste, porque a mesma Europa aderiu às posições excluentes, renegou a Declaração de Madrid; embora tenha, a contra gosto, ratificado a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, tolerou o evidente retrocesso na construção da sociedade inclusiva, apesar da intensificação eivada de hipocrisia do discurso incluente. A recente aprovação da estratégia Europeia para a Deficiência 2021/2030 esclarecerá que rumo pretende a Europa no atribulado percurso inclusivo. Entre nós, maugrado abundante propaganda, o resultado é débil.

Salvo louváveis excepções, tudo se reduz a «verborreia», inconsistente, contraditória, afastada das reais aspirações das pessoas com deficiência – e suas organizações representativas. A transigência, o conformismo, o criticismo estéril, a complacência, génese de favores, benesses, carreirismos, sintoma do deplorável declínio do trabalho voluntário, patente no universo associativo, pressagiam o retardar da real/efectiva inclusão, impossível à margem das ONG’S/PD. Não merecemos: Louis Braille, Branco Rodrigues, outros abnegados paladinos do ideal incluente que dedicaram as suas atribuladas existências à nobilíssima causa: «construir a sociedade inclusiva».

Quando os perigos são gigantescos, sirvam-nos as lições sapientíssimas desses «homens honrados, que, arrostando, tantas vezes, incompreensões/discriminações, resistiram…

A mudança, a novidade humanista, tiveram sempre «mártires»… Quantos martírios terão padecido esses «heróis»?

Enquanto há tempo, força, convicção, acordemos deste funestíssimo torpor que nos atormenta!

A inclusão há-de ser conquista, a vitória humanista fecunda na História, cresce na luta, desfruta-se na consciência do dever cumprido, no aplauso das gerações futuras!…

Por isso, exaltamos Louis Braille, construtor de novos ideais, novo rumo na inclusão das pessoas com deficiência visual…

A mais justa homenagem a Louis Braille, devida pelas pessoas com deficiência visual, é regressar à acção construtiva que faça História, onde Braille conquistou, por direito, mérito de permanecer, junto doutros resistentes, dignos de perpétua memória…

DDE/APD – O porta voz   
DDE/APD – tlf: 268841666; mail degesdira@sapo.pt

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Dia Internacional da Pessoa Com Deficiência

Foi o 25 de abril de 1974 que permitiu que em 1976 fosse aprovada a Constituição da República Portuguesa e com ela um quadro jurídico estruturante de Leis e Decretos-lei que garantem as condições para que as pessoas com deficiência possam exercer os direitos aí consagrados, em domínios específicos, como é o caso das acessibilidades, da mobilidade, da educação inclusiva, do emprego e formação profissional, dos cuidados de saúde e de reabilitação, da atribuição de produtos de apoio, da prestação social de inclusão, entre outras.

A Paz, o pão, habitação, saúde, educação, inclusão!

A DDE/APD manifesta plena solidariedade às acções em defesa do Serviço Nacional de Saúde; salientem-se as que se realizam, promovidas pela CGTP, 16/09/2023.  Acrescenta a urgência de reclamar: educação inclusiva; políticas sociais promotoras da inclusão! No início deste ano lectivo, verificamos a redução/supressão de métodos pedagógicos capazes de assegurar aos alunos com deficiência qualidade educativa, porque os tecnocratas ignorantes do ME não distinguem ««educação inclusiva» doutras práticas educativas.   Hoje, sempre, a DDE/APD, intérprete das aspirações das pessoas com deficiência, proclama cabal solidariedade a todas as lutas pelos requisitos da inclusão, destacando a PAZ, espaço do progresso, da justiça, da solidariedade, do humanismo, da inclusão… À rua, à rua – casa dos pobres – defender os direitos humanos, exigir a efectiva dignidade,  reclamar a inclusão… Protestar, repudiar, condenar a força bruta, cruel, do capital, revelada na criminosa obstinação da guerra. À porta do 50º aniversário da gloriosa Revolução de Abril – porta da inclusão – redobrar a mobilização, agudizar consciências, rejeitar hipócritas, fingidos, discursos tecidos, com aleivosia, para explorar todos os povos, reduzi-los à escravatura da exploração capitalista. Abril foi rica lição: na pluralidade de conquistas, salientando a inclusão; na gigante traição dos falsos democratas. Prefiguram-se novas ambições de asfixiar, controlar, o universo associativo, insinuam-se novas discriminações, novos aliciamentos ao voto cativo… A DDE/APD, convicta da força das ONG’S/PD na construção da sociedade inclusiva, exorta todas as ONG’S/PD à participação comprometida nas comemorações da Revolução de Abril, sempre em luta tenaz pela «inclusão plena», ««porta que Abril abriu!»» Hoje, sempre, em luta! Sem luta seremos derrotados, excluídos… Lutando unidos, a vitória é possível!… ««Nada sobre Nós, sem Nós»» DDE/APD

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