Alfabetizar – Devolver o Homem ao Homem
A comemoração,(08/09 2021) do Dia Internacional da Alfabetização reveste significado importantíssimo, mas a comunicação social, súbdita dos imperialismos, promotora da escravatura cultural, encontrará outros temas intoxicantes, manipulatórios, para distrair, para vender falsidades, para ir fazendo negócio.
Alfabetizar é, hoje, muito mais que conhecer o alfabeto, que soletrar, é saber ««ler»», discernir os conteúdos inúteis da catadupa de verborreia que nos invade o espaço.
Alfabetizar é devolver o Homem ao Homem! Alfabetizar é: alargar, ao infinito, as capacidades de conhecimento universal disponíveis; distribuir igualdade, liberdade, dignidade; é combater, com tenacidade, esse caudal de mentira, de deformação da realidade, de intoxicação/manipulação dos grupos desfavorecidos, através de potenciais máquinas de guerra, a internet e outros instrumentos, quando ao serviço da opressão; incluir, abolindo todas as discriminações; repudiar toda a espécie de racismo; fazer chegar, a todos os cantos do planeta, a mensagem humanista, prelúdio da paz, tão necessária! «justiça é o novo nome da paz»! é consolidar a consciência da imperatividade do desenvolvimento sustentado, harmónico, equitativo que suprima: a pobreza, a fome, a guerra, com o cortejo miserando de calamidades, salientando esse flagelo monstruoso, «os refugiados», cujos imensos sofrimentos deveriam envergonhar «os homens bons», lá onde estiverem; as pessoas com deficiência, vítimas de tal vexame, serão, certamente, as que mais sofrem: a ONU define as pessoas com deficiência ««os mais pobres, entre os pobres»»; acrescentemos: as que mais padecem: em todas as guerras; nas pandemias; – exemplo o retrocesso educativo derivado das políticas propagandísticas derivadas do covid-2019 – nas fomes; em todas as enfermidades.
«Educação, porta aberta à inclusão»! Educar é a mais nobre herança, porque abre todas as portas da realização humana; educar é incluir, sem limites, sem falsos discursos retóricos, sem hipocrisias, sem sujeição, libertando dos grilhões do mercado; «o oprimido assume a pedagogia do opressor»! como afirma Paulo Freire, esse paladino da alfabetização.
Nas últimas décadas as pessoas com deficiência acederam ao alargamento de possibilidades, mediante as novas tecnologias da comunicação; no retrocesso dos direitos humanos, adensa-se conspiração do mercado, condicionando, através de estratagemas económicos, limitações intoleráveis, o acesso a esses benefícios; se nada fizermos, em poucos anos, as tecnologias serão transformadas: em «prisão sem grades»; instrumentos opressores da «ditadura do mercado», submetendo os grupos desfavorecidos, incapazes de adquirir, por causa da extrema pobreza, as «maravilhas» que deslumbram as pessoas com deficiência que assumem, sem protesto, a política do opressor, agente da «exclusão».
A inclusão é um projecto profundamente humanista, baseando-se em requisitos incontestáveis, cuja concretização deverá constituir «direito fundamental», independente da condição económica.
Repudiemos, sem hesitação, a gritos altíssonos, a voraz vilania dos detentores dos instrumentos modernos da violação dos direitos humanos, focalizando o direito à educação, componente da plena inclusão.
A DDE/APD é «amigo de confiança»! não cessa de exortar à vigilância, à luta tenaz, à unidade inquebrantável, nessa longa batalha pela construção da sociedade inclusiva – a sociedade plenamente democrática –espaço para todos os seus membros.
Celebrando o 50º aniversário, a APD: não verga, não idolatra o grande capital, não desiste da luta por ideais, não vende, a troco de quaisquer benesses, os seus princípios, o seu projecto singular, é constante no combate pacífico por todos os requisitos essenciais da inclusão.
Pesa sobre as pessoas com deficiência ameaça de «inimagináveis tribulações»! Sabemos/conhecemos o caminho! O percurso não é fácil; depende de nós: ultrapassar este apocalipse excluente; transformá-lo em projecto inclusivo; abrir a senda da mudança prometida, reclamar oportuna realização.
A DDE/APD, intérprete do projecto humanista/singular da APD, nos últimos cinco decénios, critica a indisfarçável hostilidade às ONG’S/PD, resistentes à manipulação de todos os governos, através de malévolos estratagemas: {restrições antidemocráticas à sua autonomia/liberdade; ao crescimento: da intromissão, da burocracia, – parecendo transplantar a onda de corrupção reinante no «arco do poder, directamente proporcional à promoção do voto cativo.}
Nada sobre Nós, sem Nós!
DDE/APD – O porta voz
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