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Dia Mundial da Rádio

A rádio difusão é fonte de informação, algumas vezes exclusiva, das pessoas com deficiência, principalmente nas zonas interiores, onde a mobilidade/acessibilidade são fortemente limitadas.

A contaminação actual da comunicação social, hoje «chaga antidemocrática, submissa, vendida, indigna, atingiu a rádio, outrora fonte confiável de informação, se não totalmente «plural», tratada com critérios de contraste que afastavam: «falsas notícias»; opiniões mascaradas de notícia; cuidado na linguagem, abertura à cultura, às questões sociais, às zonas abandonadas pelos «donos disto tudo» que queriam, querem, praticar compra de consciências,  os «cães de guarda» do grande capital…

Porque sufocaram as rádios locais? Porque desapareceram os centros territoriais do serviço público de rádio difusão? Quem, porquê, é permitida publicidade mentirosa, enganosa, dirigida aos grupos vulneráveis, mais sujeitos ao engano?

Ouvintes antigos da rádio, conhecemos as contradições desse meio de comunicação; ouvimos, indignados, erros inqualificáveis/intoleráveis no uso da língua portuguesa; surpreende a ascensão de tão medíocres cultores da nossa língua, desterrada, sem pudor, por línguas estrangeiras, sintoma patológico de escravatura do imperialismo cultural que nos oprime.

«diálogo, tolerância, paz», sendo requisitos essenciais da construção da sociedade inclusiva, estão, à largo tempo, ausentes da nossa comunicação social.

Quando, ávidos de audiência, para agradar, «voz do dono», tratam temática relativa à inclusão, optam pelo «choradinho», pela caridade, ignorando «os novos rumos» traçados pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.

É reprovável a recusa de cobertura da actividade das organizações representativas das pessoas com deficiência, e outras organizações insubmissas aos«seus amos»…

Tem sido espantosa a passividade dos governos na promoção, inscrita na Constituição, da pedagogia da plena inclusão…

Entre nós, nesta deplorável rádio, da pública à privada, degenera em decadência vexante: não servem o ouvinte; vendem-se ao mercado; menosprezam a inteligência dos utilizadores; iludem, faltam à verdade, afrontam o direito à informação fidedigna, principalmente às pessoas com deficiência.   fingiram acolher as directrizes da UNESCO {diálogo, tolerância, paz}… Não as cumprem…

É deplorável evocar este dia: porque a rádio envergonha o pluralismo; faz propaganda da guerra;  omite as outras  guerras; silencia a realidade, como sucedeu no recente terramoto: abundaram notícias da Turquia, faltou informação relativa à Síria… Tal procedimento profundamente condenável, traduz, claramente a «cega escravatura do imperialismo belicista.              
Denunciar, protestar, reclamar, exigir: pluralismo, isenção, qualidade, rigor, preparação profissional, cuidado da língua, devem ser inscritas na agenda das organizações representativas das pessoas com deficiência cujos deveres: consciencializar, esclarecer, mobilizar para a inclusão serão pervertidos por tão vexante informação, especialmente, na rádio, em virtude do seu uso, face às severas restrições na acessibilidade a «informação plural», por grupos desfavorecidos  (milhares de excluídos) em todo o mundo, destacando o nosso pobre país, onde abundam: discursos, encenações, fingimentos…

Faltam: serviço probo, dedicações, ideais…

Os grupos excluídos desejavam, este ano, festejar, em democracia informativa/comunicacional, o Dia Mundial da Rádio…

Esperança frustrada! Essa aspiração molesta os verdadeiros democratas…

Será transcendente promover, ao nível da comunicação social, particularmente na pública, audição das organizações representativas das pessoas com deficiência, porque o património de conhecimento é essencial para fazer activa pedagogia da inclusão; igual protecção mereceriam os milhares de idosos, presos às cadeiras, por causas diversas, em muitos serviços de ajuda…  

Nada sobre Nós, sem Nós!

DDE/APD – O porta voz         

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