Manifesto – Paz para a Palestina

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Manifesto – Paz para a Palestina

Basta de crimes! Não à provocação de Trump! Liberdade para a Palestina! Paz no Médio Oriente!

No próximo dia 15 de Maio assinalam-se os 70 anos da Nakba – a «catástrofe», como a designa o povo palestino. Numa campanha premeditada, que acompanhou o processo de criação de Israel em 1948, as milícias sionistas destruíram mais de 500 aldeias, cometeram inúmeros massacres e expulsaram das suas casas cerca de 750.000 palestinos.

Os massacres cometidos pelas forças armadas de Israel desde o dia 30 de Março último, Dia da Terra, para reprimir violentamente as dezenas de milhares de palestinos que se têm manifestado pacificamente na Grande Marcha do Retorno, matando dezenas pessoas e ferindo milhares, é prova eloquente que, setenta anos volvidos, a Nakba não terminou.

É inaceitável e ultrajante que os Estados Unidos da América, pela voz do seu Presidente, Donald Trump, tenham decidido reconhecer Jerusalém como capital de Israel e transferir para aí a sua embaixada, precisamente quando se assinalam os 70 anos dessa Catástrofe. Trata-se de uma decisão que viola a legalidade internacional, encoraja os crimes da ocupação e colonização dos territórios palestinos e premeia a sistemática violação por Israel, desde há mais de sete décadas, do direito internacional e das resoluções da ONU.

Milhões de refugiados palestinos constituem hoje a mais antiga e numerosa população de refugiados do mundo. Vivem espalhados pelos Estados vizinhos e pelo mundo inteiro, e também nos territórios palestinos ocupados, e continuam a não ver reconhecido o seu direito ao regresso ou a uma justa compensação. Israel desenvolve desde a sua criação uma política visando a limpeza étnica da Palestina e o apagar da presença palestina em todos os domínios da realidade social. Exemplo disso são a política de demolições e expulsões em Jerusalém Oriental, e na Cisjordânia ocupadas, ou visando as comunidades beduínas, bem como a incessante política de construção ilegal de colonatos sionistas em território palestino. Há atualmente mais de 600.000 colonos israelitas a viver em colonatos na Cisjordânia e Jerusalém Oriental ocupadas, todos eles ilegais à luz do direito internacional.

Os palestinos cidadãos de Israel, descendentes da minoria que permaneceu após a limpeza étnica de 1948, e que constituem 20% da população, estão hoje sujeitos a dezenas de leis discriminatórias. Israel não é «a única democracia do Médio Oriente», como proclama, é antes um Estado de confessional e segregacionista.

Persiste, desde 1967, a brutal ocupação militar por Israel dos territórios palestinos da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, que o direito internacional não reconhece e condena. Continua a construção do ignominioso Muro do apartheid, considerado ilegal pelo Tribunal Internacional de Justiça. O território da Cisjordânia está cada vez mais fragmentado pelo Muro, os checkpoints, as infraestruturas e o sistema viário para uso exclusivo dos colonatos.

Israel sujeita os palestinos a humilhações quotidianas e a uma repressão brutal, traduzida em mais de 850 000 presos e milhares de mortos, nomeadamente nas repetidas agressões contra a população da Faixa de Gaza, submetida, desde 2006, a um criminoso bloqueio e que se encontra à beira da catástrofe humanitária.

A realidade evidente é que Israel rejeita a solução de dois Estados, israelita e palestino, vivendo lado a lado em paz e segurança, solução reiterada em inúmeras resoluções da ONU e que reúne consenso na comunidade internacional. Em vez disso, Israel avança a passos largos para o reconhecimento formal da anexação, há muito efetiva, do território palestino ocupado da Cisjordânia, e para a consumação do seu projeto de sempre: a ocupação de toda Palestina por um Estado sionista, do Mediterrâneo até ao Jordão.

A aliança estratégica dos Estados Unidos com Israel traduz-se também no corte drástico do contributo dos Estados Unidos para a UNRWA, a agência da ONU que presta serviços indispensáveis a milhões de refugiados palestinos, e para a Autoridade Palestina.

Israel é, ainda, um foco de guerra permanente no Médio Oriente, a mais rica região do planeta em termos de recursos energéticos e alvo permanente da cobiça das potências imperialistas. As últimas guerras testemunham a ingerência israelita na guerra da Síria, e são públicas as ameaças de ataque militar ao Irão.

No 70.º aniversário da Nakba, vamos:

– condenar a política de colonização, limpeza étnica, ocupação e repressão, praticada por Israel contra o povo palestino desde há 70 anos;

– exigir a paz no Médio Oriente, pondo fim às catástrofes geradas pelas guerras deste último quarto de século;

– protestar contra o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como capital de Israel e a transferência para aí da sua embaixada;

– reclamar do Governo Português que, nos fóruns em que participa, defenda o direito internacional e as resoluções da ONU respeitantes à Palestina e que reconheça formalmente o Estado da Palestina com capital em Jerusalém Oriental.

– manifestar a nossa solidariedade com a justa luta do povo palestino pelos seus inalienáveis direitos nacionais, pela edificação do Estado da Palestina livre, independente, soberano e viável nas fronteiras anteriores a 1967, com capital em Jerusalém Oriental, e uma solução justa para a situação dos refugiados palestinos, nos termos do direito internacional e das resoluções pertinentes das Nações Unidas.

Organizações subscritoras:

  • A Voz do Operário
  • Associação Água Pública
  • Associação Conquistas da Revolução
  • Associação de Amizade
  • Portugal-Cuba
  • Associação Intervenção Democrática
  • Associação Os Pioneiros de Portugal
  • Associação Portuguesa de Amizade e
  • Cooperação Iúri Gagárin
  • Associação Portuguesa de Deficientes
  • Associação Portuguesa de Juristas Democratas
  • Associação Projeto Ruído
  • Centro Cultura Intercidade
  • Coletivo Andorinha – Frente Democrática Brasileira de Lisboa
  • Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional
  • Confederação Nacional de Agricultura
  • Confederação Nacional de Jovens Agricultores e Desenvolvimento Rural
  • Confederação Nacional de Reformados Pensionistas e Idosos
  • Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto
  • Conselho Português para a Paz e Cooperação
  • Cooperativa Cultural Popular Barreirense
  • Ecolojovem – «Os Verdes»
  • Federação dos Sindicatos da Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal
  • Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações
  • Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Elétricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas
  • Federação Nacional dos Professores
  • Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais
  • Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro
  • Federação Portuguesa dos Sindicatos do Comércio, Escritórios e Serviços
  • Frente Anti-Racista
  • Inter-Reformados
  • Interjovem
  • Juventude Comunista Portuguesa
  • Movimento Democrático de Mulheres
  • Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
  • Sindicato de Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa geral de Depósitos
  • Sindicato dos Enfermeiros Portugueses
  • Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
  • Sindicato dos Professores da Região Centro
  • Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal
  • Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal
  • Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa
  • Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional, Empresas Públicas, Concessionárias e Afins
  • Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário
  • União de Resistentes Antifascistas Portugueses
  • União dos Sindicatos da Madeira
  • União dos Sindicatos de Aveiro
  • União dos Sindicatos de Coimbra
  • União dos Sindicatos de Lisboa
  • União dos Sindicatos de Setúbal
  • União dos Sindicatos do Distrito de Leiria
  • União dos Sindicatos do Distrito de Santarém
  • União dos Sindicatos do Norte Alentejano
  • União Sindical de Torres Vedras, Cadaval, Lourinhã e Sobral de Monte Agraço
  • Universidade Popular do Porto

Esta iniciativa conta ainda com o apoio de várias figuras públicas, que juntam a sua voz à solidariedade com a Palestina e à denúncia da provocação da Administração norte-americana:

  • Adel Sidarus – professor universitário
  • Alain Vachier – produtor musical
  • Alex Cortez – músico e programador musical
  • Amador Clemente, bancário
  • Américo Jones – professor
  • Américo Madeira Bárbara – embaixador aposentado
  • Ana Gouveia – professora
  • Ana Lúcia Rodrigues – professora do ensino superior
  • Ana Vilela da Costa – atriz
  • André Albuquerque – actor
  • André Levy – biólogo e actor
  • António Lara Cardoso – comandante da marinha
  • Arménio Carlos – secretário geral da CGTP-IN
  • Augusto Flôr – antropólogo e dirigente associativo
  • Avelino Gonçalves – sindicalista bancário
  • Bárbara Carvalho – investigadora
  • Beat Laden (Bruno Lobato) – produtor musical
  • Bruno Dias – presidente do grupo parlamentar de amizade Portugal-Palestina
  • Carlos Almeida – historiador, vice-presidente do MPPM
  • Carlos Seixas – director do Festival Músicas do mundo de Sines
  • Cátia Terrinca – atriz
  • Celina da Piedade – músico
  • Cláudia Dias – bailarina
  • Cláudio Torres – director do Campo Arqueológico de Mértola, Prémio Pessoa
  • Cristina Cruzeiro – investigadora, professora do ensino superior
  • Deolinda Machado – dirigente sindical e da Liga Operária Católica
  • Domingos Folque Guimarães – empresário
  • Duarte – fadista
  • Duarte Rolo – professor do ensino superior
  • Eduardo Afonso Dias – designer industrial, professor jubilado e doutorado Honoris Causa pela FAUL
  • Elsa Dias – bioquímica
  • Fátima Rolo Duarte – designer
  • Félix Magalhães – técnico de som/vídeo
  • Fernando Correia – professor universitário
  • Fernando José Pereira – artista plástico, professor do ensino superior
  • Filipa Malva – cenógrafa
  • Flak – músico
  • Frederico Carvalho – cientista
  • Helena Casqueiro – jurista
  • Hernâni Faustino – músico
  • Hernâni Mergulhão – professor do ensino superior
  • Igor Gandra – director do FIMP (Festival Internacional de Marionetas do Porto)
  • Ilda Figueiredo – presidente da direção nacional do CPPC
  • Inês Beleza Barreiros – investigadora e guionista
  • Isaac Achega – músico
  • Isabel Allegro de Magalhães – professora do ensino superior
  • Isilda Sanches – locutora de rádio
  • João Cruz – professor do ensino superior
  • Jorge Cadima – professor universitário
  • Jorge Figueiredo – editor de resistir.info
  • Jorge Palma – músico
  • Jorge Pé-Curto – escultor
  • José António Gomes – escritor, professor do ensino superior
  • José António Silva – artista plástico
  • José Baptista Alves – coronel, presidente da Associação Conquistas da Revolução
  • José Goulão – jornalista
  • José Moz Carrapa – músico
  • Karas – actor e encenador
  • Luís Alfaro Cardoso – investigador
  • Luís Urbano – produtor de cinema
  • Luis Varatojo – músico
  • Madalena Santos – jurista, presidente da Associação Portuguesa de Juristas Democratas
  • Manuel Begonha – capitão de mar e guerra
  • Manuel Freire – cantor e compositor
  • Manuel Gantes – artista plástico, professor do ensino superior
  • Manuel Gusmão – escritor e professor do ensino superior
  • Manuel Jorge Veloso – crítico musical
  • Maria Anadon – músico
  • Maria do Céu Guerra – presidente da direção nacional do MPPM
  • Maria Santos – bibliotecária
  • Marília Villaverde Cabral – coordenadora da URAP
  • Mário Pádua – médico
  • Marta Mateus – cineasta
  • Mitó – músico
  • Nuno Pedrosa – artista plástico e investigador
  • Nuno Pinhão – investigador
  • Nuno Ramos de Almeida – jornalista
  • Octávio Augusto Teixeira – economista
  • Paulo Mota – sociólogo
  • Pedro André Bahia – músico
  • Pedro Salvador – músico
  • Pedro Saraiva – professor catedrático
  • Pedro Saraiva – engenheiro
  • Raquel Bulha – locutora de rádio
  • Regina Marques – direção nacional do MDM
  • Ribeiro Cardoso – jornalista
  • Rita Namorado – professora e pianista
  • Rui Albuquerque – professor do ensino superior
  • Rui Namorado Rosa – professor do ensino superior
  • Rui Portulez – locutor de rádio
  • Sandra Lourenço – investigadora
  • Sebastião Antunes – músico
  • Sérgio Dias Branco – professor universitário e investigador
  • Sérgio Machado Letria – programador cultural
  • Teresa Carvalho – artista plástica
  • Tiago Salazar – escritor
  • Tiago Santos – músico
  • Tomás Maia – artista plástico, professor do ensino superior
  • Vasco Lourenço – coronel
  • Victor Marques – engenheiro
  • Victor Silva – professor do ensino superior
  • Vítor Pinto – engenheiro eletrotécnico
  • Zeferino Coelho – editor

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