Não queremos um dia, queremos a vida

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Não queremos um dia, queremos a vida

O retrocesso da inclusão é o traço mais evidente na comemoração do Dia Internacional das pessoas com deficiência (03/12/2021) oriundo da crise (todas as crises) em aterrador agravamento; é imperativo explicar este cenário, identificando as causas/factores, génese da conjuntura  mais perigosa das últimas décadas, cujas consequências se gizaram, no alvorecer do milénio, quando eclodiu a renegação da Declaração Universal dos Direitos Humanos; apesar da catástrofe, a aprovação (2006) da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência fez vislumbrar sinais de esperança, logo sufocados pela gigantesca crise do capitalismo, 2008, artificialmente prolongada, agravada pela pandemia, de origens pouco claras, impactando fortemente na atrofia do desenvolvimento de estratégias inclusivas.

O capitalismo é antagónico à inclusão! A sua expansão é directamente proporcional à exclusão; em qualquer diagnóstico é manifesta a notoriedade dessa causa.

Não é tempo de festas, folclore, propaganda, demagogias; são desoladoras: a pobreza, a fome, a discriminação, a desigualdade, as perseguições aos migrantes, aos refugiados, a irreversível exclusão dos grupos desfavorecidos, sempre mais longe da dignidade.

É tempo de luto, de profundo desencanto/desespero, de protesto, de luta! É tempo de reclamar, a gritos, a defesa dos direitos das pessoas com deficiência… É tempo de transformar «o nosso dia» em acto cívico onde são imperativos: todos os protestos, todas as reivindicações, todas as denúncias deste pântano de corrupção, de celerada exclusão, vexante afronta aos Direitos Humanos. É tempo de perder ilusões, de rejeitar manipulações, de recusar a intoxicação transmitida pela comunicação social, voz dos opressores…

Em Portugal: as leis referência da inclusão não foram regulamentadas; as disposições constitucionais são  ignoradas; a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência é «letra morta»; o diálogo/participação é ignóbil fingimento. Neste panorama trágico que evolução é previsível? que esperança é possível? Quem é seduzido por ilusões?

A DDE/APD julga esta mensagem ajustada: à gravidade do retrocesso da inclusão; ao urgente esclarecimento das pessoas com deficiência sobre as causas reais da exclusão; à retomada de consciência sobre os malefícios deste contexto contaminado por medos, mitos, preconceitos, hipocrisias, mentiras, destinados a perpetuar:
a exploração; a escravatura; a exclusão.

Agora: defesa dos direitos humanos; cumprimento da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência; unidade, fortaleza, convicção das suas organizações representativas; proclamação da sua função insubstituível na definição do rumo inclusivo, afirmando que à margem destas não é possível construir a sociedade inclusiva, síntese luminosa de todos os direitos de todas as pessoas com deficiência no «mundo novo» que, unidos/organizados, queremos construir…

A DDE/APD exorta as ONG’S/PD, as pessoas com deficiência, as suas famílias, as suas organizações representativas, outras organizações defensoras dos direitos humanos, no«Dia Internacional das Pessoas com Deficiência»: a consolidar a pedagogia dos direitos humanos; pugnar pela execução de toda a  legislação incluente; persistir na exigência de mecanismo de participação;  lutar pela inclusão,  em consonância com o direito universalmente reconhecido.

Sociedade que exclua: os seus membros; as suas organizações representativas;   não é sociedade plenamente democrática!

Não queremos um dia, queremos a vida!

 

Nada sobre nós, sem nós!  

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