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95º aniversário falecimento Branco Rodrigues

Branco Rodrigues – Pedagogo - Filantropo

Recordar/Evocar José Cândido Branco Rodrigues ( 1862/1926), na data da comemoração do seu nascimento/falecimento, (18/10/1862/1926) é fazer justiça a um filantropo que abriu, através da educação/cultura, a porta da inclusão dos cegos em Portugal.

Foi fundador das três escolas para pessoas com deficiência visual, distinguiu-se pela probidade, dedicação, serviço; exemplo notável de consciência, cujas lições parecem, algumas vezes, esquecidas. Neste clima de alienação esquecem-se os «grandes homens», em detrimento de ídolos medíocres, veículos servis dos interesses do grande capital: manifestos na gigantesca exploração; concretizados no sórdido negócio da pobreza cujo irreversível crescimento degenerará no agravamento da crise anunciada por trágicos sinais de mais sofrimento para os grupos desfavorecidos, pessoas com deficiência, incluindo as pessoas com deficiência visual fortemente desprotegidas: da degradação do ensino, à inexistência de qualquer resposta ajustada à cegueira geriátrica, em acentuado acréscimo, particularmente nas zonas subdesenvolvidas.

O seu trabalho projectou-se, de modo indelével, na inclusão das pessoas com deficiência visual; a obra de Branco Rodrigues frutificou, porque os cegos foram pioneiros da criação de associações que governavam maioritariamente, antecipando princípios universais que foram consagrados, decénios mais tarde. Qual o estado actual da inclusão das pessoas com deficiência visual? Apesar do sucesso, durante o último quartel do sc XX, de significativo grupo de cegos, no alvorecer do 3º milénio, afectada pelo súbito retrocesso nas políticas inclusivas, regrediu a inclusão, lamentando a passividade das suas organizações representativas, prisioneiras de ilusões, ávidas de benesses, que mergulharam num molesto torpor, cuja persistência nos três lustros do sc XXI, retardou a evolução da edificação da sociedade inclusiva, designadamente nas regiões subdesenvolvidas.

Os governos pouco fizeram; a publicação do Dec-lei 126/04/10/2017 é confirmação incontroversa desta apatia; se as organizações das pessoas com deficiência visual aspiravam à alteração legislativa, foram menosprezadas, porque não foram ouvidas; não basta reoficializar o Braille; faça-se muito mais: garanta-se o ensino obrigatório do Braille a todas as crianças cegas; não recordamos a obstinação de certos tecnocratas do ministério da educação em suprimir o Braille? «cego que não sabe Braille é analfabeto! Onde, quando, foi criada a carreira de docentes de Braille? Foi definida estratégia para assegurar, de verdade, aos discentes cegos sucesso educativo?

É espantoso o retrocesso da inclusão; indigna a apatia das ONG’S representativas das pessoas com deficiência visual: perdidas em estéreis controvérsias; afastadas do verdadeiro objectivo: ««construir a sociedade inclusiva»», espaço ideal para os seus sonhos. 

Branco Rodrigues foi pedagogo; difundiu o direito dos cegos à educação; abriu a porta da inclusão; legou sapientíssimas lições.

Foi filantropo; realizou, movido por valores humanistas, obra esplêndida; fundou as três escolas de cegos.

A DDE/APD – profundamente comprometida com a inclusão dos cegos, na região Alentejo;  Comemorando o 95º aniversário da  morte de Branco Rodrigues, exorta: as pessoas com deficiência visual; as suas organizações representativas, à celebração condigna do centenário da morte do ilustre «amigo dos cegos»; transformar essa efeméride em oportunidade de reconstrução histórica, na base das lições do mestre, movimento dinâmico de reabilitação da intervenção dos cegos, rumo à suprema aspiração «construir a sociedade inclusiva», onde todos sejam iguais, participantes, incluídos, felizes!

A APD, comemorará, 2022, o 50º aniversário; Acolheremos, fraternalmente, as ONG’S de pessoas com deficiência visual.

Seremos parceiros confiáveis no centenário de Branco Rodrigues! Tudo quanto diga respeito à inclusão, cabe no nosso projecto incluente!…     


Nada sobre Nós, sem Nós!

DDE/APD – O porta voz  tlf: 268841666; mail degesdira@sapo.pt

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