Os verdadeiros contornos da pandemia (covid-19) são obscuros; talvez os nossos netos os conheçam!
Deplorando a intensa perda de vidas, lastimando o sofrimento de milhões de cidadãos, detecta-se «tremenda encenação», fortemente sustentada pela comunicação social, esplendidamente acolitada pelo grande capital. Num mar de sofrimento atroz, espalhou-se forte intimidação, faltou esclarecimento, sobejou manipulação.
A pandemia fez espelhar o menosprezo pelos direitos humanos que prolifera nesta Europa onde a solidariedade é «farsa ridícula», se não fosse trágica.
Quando os partidos do arco da corrupção – CDS, PSD, PS – alinham com a extrema direita na reprovação do levantamento das patentes das vacinas contra o covid-19, que facilitaria a sua produção/distribuição, ficamos esclarecidos sobre os indignos equívocos relativos à pandemia: propaganda intoxicante, onde pontificaram personagens cujo recato se esperaria, em função das suas altas responsabilidades; manipulação, visando sufocar lutas futuras. Apregoar «salvar vidas» e alinhar, sem pudor, na táctica do grande capital, suscita desconfiança.
A pandemia agravou todos os mitos, medos, estereotipos, génese do forte retrocesso na inclusão. A fome ( pandemia prolongada) matou, mata, matará muito mais! Quem suportará as duras consequências da pandemia? Os grupos desprotegidos; os trabalhadores, porque, nem a Europa, nem o governo tomaram, não tomarão medidas concretas de defesa do emprego, apesar dos avultados apoios concedidos.
O aumento do desemprego conduzirá a «cortejo de miséria» incompatível com o «pilar social europeu» cujo fracasso ampliará o desespero desta Europa tão afastada dos seus cidadãos. os lucros do grande capital crescem; a Europa é agente de todas as aventuras belicistas, de todos os conflitos à escala planetária; a Europa reconhece, mas não combate o progressivo crescimento da pobreza.
«O dinheiro ou a vida»! A Europa optou pelo dinheiro, desprezou a vida… A insolidariedade agigantou-se; a guerra das vacinas reflecte o primado do negócio; a tragédia dos refugiados, o tráfico de pessoas, são ilustrativos do rumo capitalista da União Europeia…
A Europa degradou-se, afastou-se da sua matriz fundacional; alinhou na delirante obsessão belicista de ANATO; Renegou o seu património civilizacional; aparece, neste tempo conturbado, como mais um factor de instabilidade, sinal de perigo para paz; não incorporou nos seus ideais os requisitos da inclusão; falta à Europa experiência incluente; rejeita o património de sabedoria das organizações representativas das pessoas com deficiência; embora tenha ratificado a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, repetidamente referida na Estratégia Europeia para a Deficiência 2021/2030, não concretiza esse pilar inegociável:
o diálogo/participação das ONG’S/PD. «Nada sobre Nós, sem Nós»…
O Ano Europeu da Deficiência (2003) degenerou em rotundo insucesso; justamente nesse contexto, iniciou-se o retrocesso incluente, agravado: pela total inexistência de diálogo; por falsa propaganda; por despropositadas ilusões das ONG’S/PD; pelas crises futuras da integração capitalista.
Refundar a Europa: inscrever imperativamente a igualdade; agir, acatando a Declaração Universal dos Direitos Humanos; exaltar, de verdade, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência; banir tudo quanto promova discriminação; definir, em diálogo, estratégia conducente à construção da sociedade inclusiva; transformar-se em território promotor/conselheiro de paz; erigir, como princípios: Justiça, fraterniidade, solidariedade, inclusão, humanismo!
Por este rumo a Europa pode renovar-se!
Na terrível senda anterior, não passará de território de medo, de ameaça ao progresso definitivo da humanidade.
É forçoso percorrer o caminho do seu progressivo património civilizacional! Retomar a pedagogia da dignificação da pessoa humana; ser lição de renovação, espaço de inclusão…
Cabe a todos, e cada um, ser actor comprometido nesta mudança, a favor da humanidade…
Paz, pão, – Inclusão
DDE/APD – O porta voz
DDE/APD: 268841666; mail degesdira@sapo.pt