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Sobre o aumento da Prestação Social para a Inclusão

De acordo com a Portaria n.º 113/2025/1 de 14 de março, a Prestação Social para a Inclusão (PSI) foi aumentada em 2,6%, tanto na componente base como no valor de referência do complemento, com retroativos a janeiro. Este aumento corresponde à atualização do valor do IAS (Indexante de Apoios Sociais), nos termos da legislação em vigor.

O valor de referência anual da componente base passa, assim, a ser de 3.894,63 euros em 2025, ou seja, 324,55 euros por mês, isto é, sofreu um aumento de 8,22€ comparativamente ao ano de 2024. O valor de referência anual do complemento, pago em casos de pobreza, é fixado em 6.779,81 euros, ou seja, cerca de 565 euros mensais, correspondendo a um aumento de 4,73€.

No entender da APD, o valor atual da PSI é manifestamente insuficiente face às necessidades das pessoas com deficiência e resulta do facto do valor instituído para a PSI não corresponder aos objetivos desta prestação, criada pelo Decreto-Lei 126-A/2017 de 6 de outubro, ou seja, compensar as pessoas com deficiência pelo défice de inclusão, na medida em que a sociedade não lhes garante os Direitos Humanos consagrados pela Convenção da ONU, ratificada por Portugal em 2009.

Acresce que nos termos da legislação em vigor, o valor mínimo de existência para 2025 está fixado em 870€.

Consequentemente a APD considera que o aumento do valor de referência da PSI, deve ser uma prioridade do Ministério da Segurança Social.

O Secretariado Executivo da APD

Lisboa, 17 de março de 2025.

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Comunicado da APD sobre os graves incidentes na Assembleia da República

Na passada quinta-feira, 13 de fevereiro, na Assembleia da República, teve lugar acontecimento inédito, indigno, sintoma de menosprezo pela democracia, que julgávamos impossível. Deputados do Chega insultaram a Deputada Ana Sofia Antunes, pessoa com deficiência visual, através de comentários e afirmações indecentes.

Desde já, manifestamos a nossa solidariedade com a deputada em questão, bem como com todas as pessoas que diariamente sofrem com os insultos e as diversas agressões com base na sua deficiência.

A inclusão é «questão de Direitos Humanos», sempre desprezados por esses grupos, intolerantes, anquilosados na idade das trevas, afastados dos valores civilizacionais que urge defender, reabilitar, antes que regresse a barbárie da exclusão, trazendo o cortejo de sofrimentos, perseguições, intolerâncias, vexames à diversidade.

A Associação Portuguesa de Deficientes, em consonância com as associações sectoriais, apesar da universalidade da sua constituição, repudia veementemente tais atitudes na «casa da democracia», deplora a atitude descortês, grosseira e insolente de um grupo parlamentar que manifesta evidente hostilidade à inclusão, lamentando a passividade da mesa, perante tal despropósito.

A APD exorta as pessoas com deficiência a tomar devida nota de procedimentos insolidários, injustos, sintoma de desapego à inclusão, clara opção pela rejeição da igualdade, conquista recente, aspiração querida pelas pessoas com deficiência.

A APD apela aos restantes grupos parlamentares a alargar e a prosseguir a infatigável intervenção que favoreça, facilite e promova a inclusão, colocando Portugal na senda progressista dos países da Europa que pautam o progresso social, trabalhando e promovendo a «construção da sociedade inclusiva», mediante a participação das organizações representativas das pessoas com deficiência, subordinando essa prática ao princípio: «Nada sobre Nós, sem Nós»

Incidentes tão repudiáveis, realçam a força, a necessidade e a imperatividade da cooperação, em diálogo, das organizações representativas das pessoas com deficiência, mediante frutuosa convergência com os partidos democráticos, solidários na plena inclusão.

Pel’ A Direção Nacional da APD

Helena Rato

17 de fevereiro 2025

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